Se atacante vivesse só de gol, hoje em dia muitos deles estariam na fila do INSS.
Olha o exemplo do São Paulo, que ostenta o título do ataque solidário. É tão democrático esse lance de chutar para o gol no Morumbi que o artilheiro do ano passado do Tricolor foi o goleiro, Rogério Ceni, e o deste ano é um zagueiro, o Alex Silva. Irônico?
Tem gente que simplesmete não liga para o gol. Afinal de contas, ele é só um momento. Do que vai adiantar marcar quatro gols em uma partida só e o time sair derrotado por cinco? Tem jogador que se preocupa com o resultado, e não com um mero recorde pessoal que tende com um tempo a virar bibelô de estante empoeirada. O que vale mais? Ser artilheiro ou ser campeão?
Nada contra os matadores, ao contrário. Pertence a eles a magia do futebol. Eles marcam, eles comemoram, eles viram ídolos. O resto acaba com a pecha de coadjuvante. Às vezes de luxo, é verdade. Mas só coadjuvantes. Quem se lembra daquele meia que cruzou o campo todo para chegar na lateral e fazer aquele cruzamento, para aquele gol? É muito mais difícil, certo? O assistente só assiste... a fama que é destinada ao goleador.
Romário tem a fome e o egoísmo de matador. A frieza cirúrgica e precisa. Não pisa na grama a toa. Não foi feito para pensar no jogo. Ele está lá para viver o momento do futebol, o gol. Os seus momentos.
Maradona fez só 345 gols na carreira e reina absoluto na Argentina. Romário vai chegar ao milésimo e não chega perto da unanimidade do hermano. E porque será?
Eu não vi o milésimo gol do Pelé. Mas vou presenciar o gol número mil do Baixinho. E certamente vou me orgulhar. Quero ver de perto esse momento. O momento mil.
"Não estamos bem, mas vamos ficar"
Há 9 anos
Nenhum comentário:
Postar um comentário