terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Desabafo sobre o BBB

Voltamos ao bom e velho Tostines.

A TV emburrece a população ou a população emburrece a TV?

Boni resumiu a situação. “O perfil do telespectador brasileiro é triste. A massa é desinformada, portanto, fácil de iludir”.

Eu acredito, porém, em mudanças.
Porque é muito fácil dizer que a televisão está degradada, a música está degradada, e por aí vai. É a Síndrome do Michel Teló. Sou fã de Chico Buarque e por vezes já cantarolei “Ai, se eu te pego”. E aí? Eu escolho o que eu quero ouvir na hora que eu quero ouvir.

As pessoas reclamam da qualidade da TV, mas to cansada de ver gente que tem TV a Cabo em casa, tá passando um mega documentário sobre a Guerra Fria no History Chanel e o cara tá vendo o quê? BBB. E reclamando ainda! “Mas que pouca vergonha! Mas o que é isso? Meu Deus, que programa horrível...”. Mas não muda de canal, sabe o nome de todos os participantes e se bobear ainda vota nos paredões. Mas não pode admitir que se diverte com a situação.

Eu acredito em uma televisão que saiba unir entretenimento, informação e textos inteligentes. Tiago Leifert faz isso muito bem com o esporte e ele adora BBB. Burro? Pergunte a ele.

Eu não gosto de citar pão e circo porque trabalho com entretenimento com o maior orgulho do mundo. Sim, futebol é a maior central de entretenimento do nosso país, do mundo. Há poesia no esporte. Há poesia nos relacionamentos humanos também.

A TV Globo é um canal de distribuição de informação para todas as classes sociais.

Peraí. Paulo Betti e Betty Faria questionando a qualidade da TV?
Com todo o respeito à carreira deles, mas isso é um absurdo. E a pornochanchada? Eles dariam esse trabalho mega cultural para seus netinhos assistirem domingo à tarde? Que falso moralismo é esse?

O BBB é horrível? Então o ser humano é horrível, porque o programa nada mais é do que um pedacinho do comportamento humano de todos os dias. Tem briga? Tem intriga? Tem sexo? Fofoca? Falsidade? Se ver BBB é falta de inteligência ver novela também é.

A TV Globo é uma das empresas que mais incentivam a cultura e a cidadania através da Fundação Roberto Marinho. Mas ninguém fala sobre isso.

Ahhh, e a Fiat, uma das patrocinadoras master do BBB é uma das marcas que mais fazem uso da Lei Rouanet, sim, aquela de incentivo à cultura.

Mas estamos no Brasil, e o Brasil é isso. Um povo que adora sensacionalismo e polêmica desnecessária. Um país que adora apontar para outro e criticar, mas que não lava o próprio umbigo.

“Ah, o Bial foi um irresponsável”... O que vocês queriam que ele fizesse? Chamasse o Daniel de estuprador? Ninguém aqui é juiz. Eu não sou, você não é. Isso é caso de polícia. E que a polícia resolva. A minha opinião pessoal não importa. Tratar um assunto como esse é complicadíssimo, não se pode acusar alguém sem ter certeza. E hoje, com o depoimento da Monique afirmando que não houve sexo e que foi tudo consensual? Como é que fica?

Vai ter alguém que vai me escrever e dizer.. “Ah... sua porca, você é ridícula, gosta de BBB, isso, defende a Globo mesmo.. blablablablablabla”. Não estou defendendo absolutamente ninguém.

Tem canal que está dedicando tooooda a sua programação para falar sobre o suposto “estupro do BBB”. Aí, sim, né? Aí pode, né? Aí é cultural!
Tem sites que estão dando graças a Deus que o BBB existe, porque ganham milhares de cliques. Se acham o BBB tão horrível assim, porque destinam páginas especiais a este produto que nem é deles?????? Engraçado isso. É o furado falando do remendado porque, se a idéia é fazer com o BBB deixe de existir porque é um lixo, estão fazendo o contrário. Hipocrisia pura. E eu não me refiro ao caso polêmico com Daniel e Monique, mas sim a cobertura do dia a dia na casa. Sabia que tem "setorista" de BBB?

Eu não sou viciada em BBB, mas assisto vez ou outra. Assim como assisto séries norte-americanas, brasileiras, novela, jogos da Copinha, basquete, vôlei, Simpsons, documentários, etc... Alguém já reparou no cuidado do roteiro do Sex and the City? É genial!!! E é puro entretenimento. De novo... ENTRETENIMENTO.

Eu escolho o que eu quero ver e na hora que eu quero ver. A decisão é toda minha.
E se alguém ainda não descobriu como fazer isso, é simples. Controle remoto.

Sem mais.

sábado, 4 de junho de 2011

Pílula

repórter que apenas relata os fatos é um pobre diabo. Bom é aquele que fantasia...
Relatar qualquer um pode.
Mesmo que de forma ruim, mas é certo isso. Qualquer pessoa consegue contar aquilo que viu.
Isto posto, e se reportagem é uma história bem contada, felizes são aqueles que tornam o noticiário literatura.
E no futebol, está cada vez mais difícil de fazer isso.

segunda-feira, 30 de maio de 2011

O que é bom de se ler, afinal?

Qual seria o segredo para pregar os olhos do leitor em uma matéria?
Enchê-lo de informação ou preenchê-lo com idéias e sensações que provoquem uma reflexão mais espontânea?

Será que o jornalismo já se perguntou do que os consumidores de letrinhas mais precisam ou querem simplesmente? Carlos Heitor Cony, por exemplo, talvez tenha se assombrado com o número de correspondências que recebeu a respeito de sua coluna no jornal Folha de S. Paulo. A maior parte dos leitores interessa-se mais sobre artigos de cunho subjetivo. Ou seja, suas articulações diretas sobre qualquer tema de destaque na mídia servem frequentemente para forrar gaiola.

Ao articulista, a pergunta que não cala: o que fazer para escrever "para o leitor"?
O primeiro ponto a ser considerado é que as pessoas preferem ler o que entendem. E se não entender, pelo menos querem entender e o texto não pode dificultar isso, claro. Quantas vezes você já parou de ler alguma coisa por conta de um vocabulário cheio de rococó? Um texto inchado de informações não estimula.

Para entender melhor, podemos citar a célebre observação do fundador do LE FIGARO, uma das mais importantes publicações francesas. H. Villemessant disse que escrevia "para seus leitores". Bravo, eis a fórmula do capitalismo, afinal, a quem um jornal deve agradar no final de todas as contas? A informação é, sim, um "mal" necessário, mas as pessoas prezam muito mais a dança narrativa, que quase sempre se opõe a um texto analítico. Estaria, então, o jornalismo paralítico?

O conceito de jornalismo confeitaria ainda faz sucesso?

A linguagem é capaz de instaurar uma realidade particular, a que o leitor quiser. Além disso, aqui vai mais uma pergunta. A informação possui utilidade, identificação? Se a resposta for não, se aquela pessoa estiver de cara com um texto que não faz parte de sua realidade, porque ela iria parar para ler um artigo sobre a crise na agricultura da Tanzânia?

O surpreendente, como bem observou Walter Benjamin, é raro, mesmo envolto em uma nuvem de notícias. Tudo o que está a serviço da informação, a narrativa, a historinha, a crônica, e tantos outros gêneros.... Leitura tem que ser prazer, não pode virar tortura chinesa.

O leitor quer asas.
Ele mesmo quer interpretar as situações, até mesmo fatos, por vezes até lançando mão de um repertório do seu próprio imaginário. Um pedido talvez por uma alienação consciente. Mas nada mais é do que um esforço humano para manter a rede da comunicação.

sábado, 28 de maio de 2011

Rivaldo. Por que não?

Eu só queria dizer aqui o tamanho da minha incompreensão em relação ao que dizem sobre Rivaldo.

Tá cheio de gente dizendo que ele não aguenta jogar, que não tem mais físico, idade, etc. E por acaso alguém consegue demonstrar alguma habilidade em 5 minutos de jogo?
Como podemos cravar algo que simplesmente não se pode mensurar?

Só será possível criticar, dizer que o Rivaldo não aguenta atuar por mais de 45 minutos, 15, ou whatever quando ele realmente tiver a oportunidade de ficar algum tempo decente dentro de campo. Enquanto isso é injusto, precipitado e errado fazer qualquer análise.

Rivaldo é um dos últimos camisas 10 reais que o futebol brasileiro teve.
Vai, aponte-me uma lista... não vão conseguir preencher.
Um 10 verdadeiro, com classe, visão de jogo... Onde vimos surgir? Quantos vimos nos últimos 20 anos?

O melhor jogador da Copa de 2002 e as pessoas só lembram do Ronaldo, o que é muito justo, sim, Ronaldo brilhou, é mesmo um Fenômeno, mas e Rivaldo? Por que tamanha falta de reconhecimento?

E mais. Engraçado... Rivaldo fez sua estréia contra a Linense atuando 90 MINUTOS. E agora dizem que ele nao aguenta 15?

Primeiro coloquem o cara para jogar. Depois reclamem. Essa é a ordem correta das coisas.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

E agora, Joanna?

Eu acho que vivo o melhor momento da minha vida no que se refere a trabalho.
Mas nem sempre foi assim.
A gente toma muito tombo para ficar de pé.
Estava conversando com um amigo sobre isso. Ele é músico e está cansado de tentar viver disso. Cansado de distribuir cd, de tocar em boteco para ganhar trocados de pinga. Cansado de viver o sonho.
A verdade é que para chegar no sonho, temos que provar o amargo. Temos que deixar o sonho de lado, olhar no retrovisor, dar vinte passos para trás.
Para alcançar o sonho, é preciso descer a escada da vida.
Teve um momento em que eu desisti do jornalismo.
Fui trabalhar com assessoria, abri minha própria consultoria e coloquei o esporte dentro de uma gaveta. Na verdade eu nunca esqueci. Eu continuei escrevendo pra Placar, fazendo freelas por aí... Sempre alimentando o sonho. O meu sonho.
Até que eu voltei pro caminho, voltei para o gramado, voltei para o que eu realmente gosto de fazer. A gente é para o que nasce mesmo, não tem jeito.
Meu caso é simples...
O que eu quero dizer é que mesmo quando não há perspectiva, o importante é ter planejamento, porque a vida aprecia quem a vive com inteligência, quem sabe que é necessário sofrer para chegar onde se quer.
Se você precisar sair da sua área por uma questão de grana, não quer dizer que vc esteja abandonando o seu sonho cremoso. Porque o sonho vive na gente. Ele não nos deixa. Você sempre pode dar a meia volta.
E sabe qual é a melhor parte?
Este sonho não tem data de validade.