terça-feira, 3 de março de 2009

Medo da tomada

Toda mãe já alertou: cuidado com a tomada! Mas de que adianta o alerta? Parece que quanto mais ela grita, pede, se descabela, mais os filhos sentem vontade de enfiar a mão no buraquinho. Resultado? Choque. Dor. Susto. Conclusão? É, ela tinha razão. Mas você não faria diferente.

Iria colocar o dedo na tomada só pode desacato. Para poder dizer com propriedade, ainda com a ponta do indicador dormente, que agora você sabe que lá você não se mete mais. É um ponto de sabedoria agora. 'Eu sei que a tomada dá choque, eu senti'. Somos todos aspirantes a São Tomé. E isso é um problema danado.

A tomada aqui é uma metáfora que todo mundo já viveu trocentas vezes. Eu já enfiei a mão em tanta tomada, vocês não imaginam. Algumas vezes a bendita falhou: não tomei uma descarga elétrica como previsto. Já em outras oportunidades, a dor chegou até no pâncreas.

Isso vale para tudo na vida. Nosso caminho é repleto de tomadas. Grandes, perigosas, chamativas. Invariavelmente, nos sentimos atraídos por elas. São misteriosas. Não importam o que digam. Enquanto você mesmo não comprovar que ela não faz bem, o sossego não vem. Não adianta aconselhar o vizinho. Ele tem sua própria tomada. O exemplo da sua não fará a menor diferença.

Sabe aquele papo de velho? "Ah, se eu tivesse a sabedoria de hoje com os meus 20 anos...". Isso é impossível. IMPOSSÍVEL. Com 20 anos, você não passou nem por 1% das tomadas previstas da vida. E não tem solução. O choque é necessário. Nas tomadas do trabalho, do amor, da família, da amizade... Dos erros que cometemos e iremos cometer. Das falhas. Elas simplesmente não nos deixam em paz.

É por essas e outras que dizem que conselho não se dá, se vende. Se fosse bom mesmo, óbvio que o serviço deveria ser cobrado. Tudo o que é de graça não tem valor, literalmente. Se não doer no bolso, ou no dedo, não vale. Então, dá-lhe mais uma tomada para eu acordar para a minha vida.

Estou olhando as paredes do meu escritório. Tem exatamente 5 tomadas. Será que ainda me resta alguma lição a aprender enquanto escrevo este post? Não sei. Só sei que, doendo ou não, vou continuar levando meus choques. Deixem todas as minhas tomadas em paz... Uma hora eu canso dessa dor e paro com essa vida cheia de eletricidade. Ou mudo a voltagem. Ou espero aprender a lição antes que o dedo vire cinzas.

5 comentários:

Anônimo disse...

"Eu já enfiei a mão em tanta tomada, vocês não imaginam" xiii explica isso ai joanaaa kkkkk show de bola o texto bjoss

Anônimo disse...

Oi, td bom?
Vc e a Joana da Sportv?

Anônimo disse...

Desculpe.. já vi que é....

Thiago Andrade disse...

Aprendi em uma aula de ética que a população está dividida em 3 classes.

1 - Pessoas que erram a vida inteira porque nunca aprendem.
2 - Pessoas que erram, aprendem e nunca mais se metem a besta de cometer os mesmos erros.
3 - Pessoas que aprendem com os erros dos outros.

Querida Joanna, espero que suas tomadas sejam sempre diferentes, porque se colocar o dedo sempre na mesma com certeza ficaria sem seu lindo dedinho e isso acho que ninguém no mundo iria querer, rs...

Triste é saber que a maior parte das pessoas estão na classe que perdem o dedo, e pior ainda, é em um papo desse lembra de nosso querido presidente, hehe

Então que venham as tomadas, mas se alguém colocar o dedo na minha frente vou preferir observar e aprender, rs... Acho que esse é o segredo do IBOPE, da informação, da pesquisa.

ps. Não sei se vai lembrar, mas na última vez que nos falamos, provavelmente foi a última pessoa para quem falou ter sido a responsável em levar seu pai pela primeira vez há um estádio, lembra?

Quando te conheci achei que era tudo história e levei na brincadeira nossa conversa, mas estou adorando saber que era verdade e principalmente acompanhar seu trabalho. Muito bom e divertido, parabéns.

Beijos

Joanna de Assis disse...

Opa, Thiago, não lembro! Hahahaha