quarta-feira, 4 de agosto de 2010

A dor do amor é sempre maravilhosa?

Dizem que se o coração não doer, não é amor.
Se você não sufocar toda vez que pensar em perder a pessoa que gosta, pode ser qualquer coisa, até uma coceira, mas não é paixão de verdade.
É o que dizem.

Já reparou o quanto era fácil ter um amor de verdade no século passado? Até amor impossível era possível. E dentro desta relação apaixonada de antigamente, não cabia desconfiança, traições... Era tudo perfeito, mesmo que fosse difícil, doído. O amor superava todo e qualquer problema, e sobrevivia feliz da vida em uma casinha de sapê.

Hoje em dia não tem como isso acontecer. As pessoas desistem de relacionamentos pelos mais variados motivos. Carreira, distância, gostos musicais, gastronômicos, futebolísticos, políticos, sexuais...

Além de quase tudo parecer uma barreira para um namoro dar certo, a gente pensa “ah, não deu certo? Daqui a pouco aparece outra pessoa”. Será tão fácil assim? Até quando esta rotatividade existirá?

Todo mundo tem medo de se envolver, de se entregar, de cair de cabeça. Por isso que os relacionamentos morrem cedo e caem na vala dos amores mal amados e mal vividos. Vira lixo emocional.

Você luta tanto para não gostar de alguém. Tenta a qualquer custo evitar sofrimento no futuro. Porque quando você percebe que ama, você percebe também que está inevitavelmente fadado a sofrer.

Sofrer faz parte do amor. É uma dor maravilhosa, viciante em alguns casos. Só não pode virar hábito. Aí é necessário tomar cuidado porque amar não é sofrer o tempo todo, não é chorar todo dia, não é perder o respeito por si mesmo. Amor não pode ser querer o inatingível. Amor não pode ser somente a conquista. Amor é arroz e feijão, é dia a dia, é rotina boa, é café com canela.

Penso nisso e ouso a contrariar o poeta. Amor arde, sim, mas não é invisível essa fogueira.
A ferida que dói a gente sempre sente.
O descontentamento é um contentamento.
Porque amor dói. É o que dizem.
Essa dor maravilhosa que as pessoas preferem esquecer.

domingo, 1 de agosto de 2010

Uma balada qualquer

God!Fazia tempos que eu não saía com as amigas para uma baladinha.
Mesmo em situações de total lazer, eu não consigo deixar o meu lado repórter de lado. Fiquei reparando em tudo. Do comportamento das pessoas na fila ao desespero dos bêbados no final de festa tentando pegar alguém a qualquer custo. Deprimente...

Primeira observação. Como tem mulher desesperada no mundo! Fui ao banheiro umas cinco vezes só para ouvir as conversas. Sério, tudo precisa virar literatura porque foi demais. Será que isso é normal mesmo?

Diálogo 2:

Garota 1: Meeeeeu, não tem um cara bonito nessa balada. E os que são bonitos estão acompanhados. Não acredito que eu vou "zerar"
Garota 2: (que responde do vaso sanitário) E eu, menina? Até depilei para ver se arrumava alguém hoje. Troque até o lençol da cama para mudar o carma.
Garota 1: Ainda pensando no Oswaldo?
Garota 2: Ai, nem me fale... E eu to assando com esse vestido. Mas eu precisava mostrar as pernas para alguém hoje.
Garota 1: Mostrar ou abrir? hahahahahaha
Garota 2 - Venenosaaaaaaa

Hehehe. Era começo de noite. As pessoas ainda conseguiam subir e descer as escadas da casa noturna. E eu ali, observando. Como não dou de ferro, tomei uma tequila também para aumentar a minha percepção. Hehehe. E como álcool é diurético... Mais banheiro.

Diálogo 2:

Garota 1: Meu, tô arrasada, acho que cheguei em um ponto que eu preciso casar.
Garota 2: Por quê?
Garota 1: Tenho 30 anos e acabei de tomar uma cantada de um menino nascido em 1991!
Garota 2: (dentro da cabine do banheiro). Poutz grila, meu! Fui tentar mijar sem sentar no vaso, mirei errado e acertei meu sapato. Se alguém perguntar, vou falar que foi whisky.

E aí foi ficando mais tarde. A madrugada é um problema para os corações solitários. Móóóóó galera com o celular na mão. Sms... um perigo. Quem nunca mandou um sms de madrugada? E vários?


Diálogo 3:


Garota 1: Acabei de mandar uma mensagem para o Fernando. E para o Rodrigo. E para aquele cara que eu fiquei no ano novo.
Garota 2: Para quê??
Garota 1: Preciso me sentir amada. Pera, tô lembrando de mais alguém para mandar mensagem. Alguém precisa me responder.
Garota 1: Tenta o PM que você pegou em São Vicente no feriado. Ele provavelmente deve estar de plantão agora. Diga que você tem uma "ocorrência"...
Garota 2: Pô, ninguém respondeu.
Garota 1: São 3h56 da manhã,fofa.
Garota 2: E daí?

Me peguei pensando na quantidade de vezes que eu fiz isso... Que eu mandei mensagens de texto de madrugada, pelos mais variados motivos. Mas tem gente que apela demais, gente. Você acha mesmo que o cara que você não vê há meses vai achar normal tu mandar uma mensagem de madrugada em um sábado? Ele vai olhar e dizer... "bêbada". Repita comigo: "bêbada".

E o pessoal vai bebendo, bebendo, bebendo... E aí você percebe que qualquer bola serve para treinar. Por isso eu te falo, com toda certeza. Jamais fique com um cara depois das 2h30 da manhã. Certamente ele não está nem te vendo. Você é o desespero, minha cara, é a vodka gritando na veia. Você é uma saia ou um decote, não passa disso. Homem depois das 2h30 se desespera mais do que mulher. Quer agarrar alguém de qualquer jeito. Pode até ter bigode, te juro. E isso não fará nada bem ao seu ego, trust me.

Ai, essas baladas.
Eu lá... com meu vestido azul marinho e só pensando "festa estranha, gente esquisita, não to legal.. não aguento mais tequila".

Da próxima vez que forem a uma baladinha, please, me contem os diálogos de banheiro.
Eu juuuuuuuuuuuuuuuro que não vou mandar pelo ralo!