Eu não lembro o que eu comi ontem na hora do almoço.
Vai, Joanna. Tenta lembrar, é fácil. Hum... Deixa eu ver. Estou digitando e escrevendo na velocidade do pensamento. Vai, três segundos. Cinco segundos. Droga. Não consigo. Não deu.
O interessante é que eu recordo com detalhes do dia que eu queimei a perna quando o meu irmão tentava matar uma lesma. Eu tinha 4 anos. Lembro perfeitamente do desenho de mortadela que apareceu nas minhas duas coxas.
Eu não sei dizer quando andei de bicicleta pela última vez. Quando usei vermelho. Quando devorei um big mac. Não lembro quem foi o artilheiro do Brasileirão de 1999.
Mas tem certas coisas que simplesmente ficam estocadas na cachola.
Tem lógica?
Senha de banco por exemplo. Você é obrigado a saber de cabeça. Só que tem gente que, mesmo depois de muito tempo, mantém anotados os números todos em um papel secreto. Não é uma porcaria isso? As regras sintáticas. Aposto que todo mundo já esqueceu... Logarítimo? Eu acho que nunca aprendi direito para ser sincera... hehehe.
Eu gostaria de mandar na minha memória. Tem muita coisa ruim que eu não gostaria de ficar lembrando. E o mais irônico é que todos nós temos um tantão assim de momentos bacanas que simplesmente não dividem sala com nossos pensamentos.
Mas tem coisa que eu consigo fazer que eu considero fenomenal.
Tive um amor na vida que foi a maior de todas as complicações que eu já enfrentei. Um grande amor, grandes brigas, grandes problemas, grandes momentos. E eu só lembro dos momentos bons. Claro, se eu for puxar pela memória, obviamente virão algumas cenas ruins, tristes. Mas a primeira recordação é sempre a melhor parte do todo. Eu sou mestre em pensar nas coisas boas, positivas. É por isso que tudo fica resolvido, bonito, azul.
Muita gente vai ler isso aqui e pensar: Ah, a Joanna está com saudade de algum ex-namorado. Juro que não se trata disso.
Quando estou agoniada com alguma coisa (Sim, estou agoniada por um motivo neste exato momento) eu arrumo o meu quarto. Tiro os papéis, recibos velhos, comprovantes de pagamento amassados, boletos de táxi... Sabe aquele monte de tralha inútil que você vai guardando? Então, eu saio limpando tudo porque faz bem para renovar a energia. Só que aí, fui surpreendida por uma frase que eu mesma escrevi há uns dois anos em um canto de papel. A frase é oomplexa, merece um post sozinho, e isso eu não vou fazer agora.
Basta dizer que tem muita coisa que o tempo não mata e eu sou feliz por isso.
Muitos momentos que a velhice não supera.
Minutinhos felizes que você enxerga se fechar os olhos. Peraí... Parei um instante para fazer isso agora. Relembrar.
Eu quero montar a minha vida com tudo isso. E o que eu por acaso esquecer, vou susbstituir à altura ao reinventar algo do meu caminho bem colorido.
E só para constar! Ah, lembrei! Arroz, feijão, salada de alface, tomate, rúcula e rabanete, e um bife de mignon. Foi o que eu comi no almoço de ontem...