quinta-feira, 16 de agosto de 2007

IN PULSO

Eu acho que nasci impulsiva. Está no meu DNA, em cada fibra muscular, em cada célula. Sou cheia de movimentos involuntários. Respondo mal à pressão. Respondo rápido. Não penso. Quase sempre eu choro depois.

Agir sem pensar. Quantas vezes a gente escuta alguém dizer isso quando quer passar a idéia de arrependimento? "Desculpe, eu te trai. Agi sem pensar, foi só tesão". Ou "Eu falei um monte de bobagens para você porque estava de cabeça quente, agi sem pensar". Tem também o "Comi no burger king, sim. Eu não pensei nas calorias, só queria experimentar aquele sanduíche novo de três queijos...."

Tenho lá as minhas dúvidas se ficar pensando o tempo todo faz bem. Combinação de idéias... de palavras, de gestos. Tudo isso compromete a naturalidade da vida. Por que será que é necessário pensar tanto antes de tomar alguma atitude? Será que decidir algo pelo pulso nos coloca em risco sempre?

Já pedi demissão por impulso. Já mandei chefe para aquele lugar... Já terminei namoros por impulso. Briguei no trânsito. Mas no fundo eu sabia o que estava fazendo, sempre soube. Eu só não conseguia controlar, o que é bem diferente. É como se o arrependimento batesse em cada palavra que eu dizia... sensação muito esquisita. Só que não se podia evitar.

Eu acho que problemático mesmo, e maquiavélico, é agir com uma calculadora na mão, como se a vida fosse uma equação matemática. A + B = X. Eu sempre odiei o X. Puta letrinha sacana. Se fosse boa, não iria aparecer na palavra ex-namorado. X-burger dá celulite. Xuxa também tem X.

Não penso e não desisto. Logo, existo. Sigo em frente com essa avalanche de disparos axônicos. A minha bainha de mielina vive cheia. E eu não fico de saco cheio por muito tempo, porque eu descarrego mesmo. Seguuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuuura!

Demorei uns cinco minutos para pular a linha. Olha que droga que é pensar. Se eu escrevesse esse texto direto, sem hesitar, talvez ele fosse mais sincero. Não é que eu minta nas minhas crônicas, mas às vezes elas são muito medidas. Nem sempre isso é bom. VIVA A REPETIÇÃO DE PALAVRAS, dane-se! O importante é passar a mensagem.

Sou apenas um sujeito simples em sua oração! (affe, isso eu já li em algum lugar. É, foi na gramática)

Eu dou choque, cuidado. Mas pelo menos eu posso dizer, orgulhosa, que nenhum dos meus predicados serão prejudicados.

Viva o pulso que não pára.

4 comentários:

Anônimo disse...

A-D-O-R-E-I o texto!!
Sou sua fã, Joanna. Sério mesmo.
Beijinhos!!

Unknown disse...

Olá Joanna,

Parabéns pelo seu texto, é muito bom e expressa tudo aquilo que eu penso tb..rs..

Se possivel, mantenha contato.

Beijos

Fernando
fer.olliveira@gmail.com

Cristina Casagrande disse...

Oi, Jô!

Eu tenho cara de boazinha, mas acredite: sou muito impulsiva. Já explodi várias vezes e me arrependi. Além disso, sou muito sensível, o que faz com que meus arrependimetos sejam mais intensos e minha impulsividade ainda mais explosiva.

É por isso que a maioria das vezes em que fico puta eu tendo a ficar quieta. Porque sei que se eu falar vou me arrepender depois.

E, no fim, depois que eu fico com a cabeça fria, eu percebo que aquilo que eu considerava um gigante não era tão grande assim. E consigo me resolver com mais autonomia. Porque nós, os impulsivos, temos a vantagem de não sossegar enquanto não agir...Então, por que não agir com mais auto-domínio?

Às vezes é melhor se deixar ser humilhada e deixar humilharem a quem se ama. Depois, percemos que não fomos humilhados, mas sim, humildes. E que somos muito mais fortes e corajosos que quem nos humilhou.

Bom, chega de tanto pensar...E viva repeitção de palavras!rs

Gostei muito do seu texto! Parabéns!

Beijos

Anônimo disse...

Acho que tem um pouquinho de TM na sua veia... hahaha.

Mto bom, parabéns!

Paty