Todo mundo diz que o amor é o mais resistente. A paixão seria aquele fogo que queima sem doer, mas se apaga com o mais leve assopro. E um amor apaixonado? Estaria em qual categoria?
Se você ama alguém, automaticamente deixou de estar apaixonado? Se está apaixonado, quer dizer que ainda não ama? Paixão é a preliminar do amor, ou se pode amar alguém sem essa fase ardida e deliciosa?
Eu já me apaixonei e já amei e, na maioria das vezes, tudo começou com aquela sensação de borboletas no estômago. Aí as coisas evoluem, e quando você vê, já está vivendo aquelo namoro tranquilo, com sabor de fruta mordida. Já tive amores apaixonados, já sofri, já chorei. Já amei mais do que a mim mesma. E foi aí que eu aprendi.
Como são sentimentos muito diferentes, me pergunto: será possível amar uma pessoa e ser apaixonada por outra? Tem gente que diz que sim.
Outro dia mesmo uma amiga me disse que amava o namorado, mas não conseguia esquecer uma paixão que teve na época do colégio. Dizia ela que se tratavam de relações completamente diferentes. Eu digo com clareza que já enterrei muito bem minhas paixões passadas. Não voltariam jamais. O que fica para mim, na realidade, é aquela coisa de querer ver a pessoa feliz, sem mágoas, só com lembranças boas. Já reparou o quanto o amor é seletivo? É incrível, mas quando você gosta/gostou de alguém muito, você só consegue se lembrar das coisas boas. Mesmo que tudo tenha acabado da pior forma possível.
Os homens que traem as esposas, por exemplo. Já vi tanto isso acontecer em novela, será que não há um fundo de verdade nisso? Tá, é verdade que a maioria trai por sexo, pela carne e só. Mas existem aqueles que amam suas companheiras e, mesmo assim, vez ou outra, sentem uma quedinha por outra pessoa. Tem quem resgate algo do passado com isso... reviva uma situação mais adolescente. De fato, essa época da vida é maravilhosa... até o sofrimento consegue ser doce. De repente aparece na sua frente alguém que preenche o que a outra pessoa não consegue. E aí é um problemão... porque vc não consegue se desfazer de ninguém. Aí corre-se o risco de ficar é sozinho.
O amor é maravilhoso. Você se sente bem sem fazer nada. Você faz nada acompanhado, é tão bom! Tudo fica mais calmo e gostoso. É navegar em águas tranqüilas. É cinema, dvd, teatro, dia de preguiça na cama, conchinha, compreensão, cafuné, ligação de bom dia... Mas o barco às vezes dá um enjôo... Aquela chuvinha todo dia pode alagar o terreno. Melhor mesmo é a tempestade! Leva tudo embora de uma só vez... olha aí, não há um consenso sobre qual sentimento é melhor. E se os dois forem necessários? O que é que se faz?
Não sou nem um pouco a favor de uma vida dupla. Sou monogâmica e defendo a relação leal e sincera. Mas vejo isso acontecer o tempo todo, por isso que fico tão hesitante. Queria saber se é de fato possível essa divisão. Ou melhor: essa compensação.
Existe um limite de tempo para homens e mulheres sentirem os arroubos da paixão? Segundo a professora Cindy Hazan, da Universidade Cornell de Nova Iorque, sim. Ela diz: "seres humanos são biologicamente programados para se sentirem apaixonados durante 18 a 30 meses". Ela entrevistou e testou 5.000 pessoas de 37 culturas diferentes e descobriu que o amor possui um "tempo de vida" longo o suficiente para que o casal se conheça, copule e produza uma criança. "Em termos evolucionários," - ela completa - "não necessitamos de corações palpitantes e suores frios nas mãos". Uau, heim! Se a paixão é uma reação química, certamente a fórmula do amor repete alguns componentes.
Independentemente de todos esses quesionamentos, o que importa é vivenciar suas dores e delícias.
Esse texto tem mais perguntas do que respostas. É que de fato não existe e jamais existirá uma ciência que explique esse processo todo à contento.
Amor é bossa nova, sexo é carnaval.