Leila estava nervosa. E apressada. E de mau-humor. Pegou a sacolinha e saiu em disparada para o laboratório. Levava três potinhos. Adivinha? Exame de fezes. Não tem nada mais desagradável do que fazer um exame de fezes.
Sentou-se na sala de espera. Trajava um vestido branco, até o joelho e não se atreveu a tirar os óculos escuros. Para ela, os óculos ajudavam a manter uma certa privacidade. Quando olhou para o lado, viu um moço atraente. E ficou mais nervosa ainda. Mas pensou: "Ah, os potinhos estão escondidos".
Senha 1304. Hora de ser atendida. Leila se levanta, começa a conversar com a atendente. Bia. Ela lia todos os exames em voz baixa. Mas... em dado momento, ela berra para o guichê número 1.
- Ô, Juliana.... O exame de rotavírus e adenovírus nas fezes não é a mesma coisa?
Leila, que nunca foi fã de frutos do mar, queria virar uma ostra naquele momento. Fitava a tal da Bia com vontade de lhe socar as maçãs do rosto. Pegou seus potinhos, toda envergonhada, e sentou do outro lado da sala. Quando achou que sua vergonha tinha chegado ao final...
- Amostras de Leila Sampaio, por favor...
Quinze minutos de espera, duas amostras de como se pode passar vergonha dentro de um consultório. E um belo exemplo de como uma paquera vai, literalmente, para a merda.
(OBS: Esse episódio é uma obra de ficção. Qualquer semelhança com fatos reais, é porque isso já deve ter acontecido com alguém...)
"Não estamos bem, mas vamos ficar"
Há 9 anos