quinta-feira, 3 de abril de 2008

A conturbada arbitragem paulista

Já faz quase três anos que a arbitragem paulista está sob o comando de Coronel Marinho, antes responsável pela policiamento em dias de jogos na capital. O posto vinha sendo ocupado por Francisco Papaiordanou, que é bom lembrar, é um dos conselheiros do Corinthians (Sei lá porque citei isso, acho que é trauma. Vou perguntar ao meu terapeuta).
Logo em seu primeiro dia no cargo, Marinho prometeu mudanças para tentar diminuir o estrago causado na classe por Edílson Pereira de Carvalho e José Danelon, acusados de manipular resultados no Campeonato Brasileiro e no Paulista de 2005.
Para garantir que um novo escândalo estourasse dentro da Federação Paulista, o que causaria um efeito irreversível de desconfiança, implantou-se um esquema no melhor estilo militar. Eu nunca vi um árbitro ser proibido de apitar determinados jogos, coisa que aconteceu com Sávio Espínola, que não deve aparecer para gerenciar partidas do São Paulo e também do Corinthians. Ele errou, sem dúvida. Errou feio algumas vezes, outras nem tanto. Mesmo assim, é a aposta da comissão de arbitragem para a Copa de 2010. É a aposta, mas de time grande ele não entende, afinal de contas saiu-se mal nos três clássicos que apitou. E eu costumava elogiá-lo.
Por mais que eu goste do Coronel Marinho, me pergunto: Será que alguém que jamais apitou na vida pode ser o responsável pela arbitragem em São Paulo? Se bem que seu antecessor também jamais foi um dos homens de preto... A solução seria essa? Ainda que eu tenha dúvidas, não posso ser leviana ao ponto de dizer que a queda do rendimento dos árbitros seja por culpa do Coronel. Não é ele quem entra em campo, correto? Pode chorar, Luxa, Muricy, quem for. A culpa não é dele. Não é, não é e não é.
O que eu vejo é que tem muito juiz com medo de errar, porque sabe que Marinho será implacável. Isso ajuda a reduzir as falhas ou apenas serve para deixar a arbitragem nervosa? Olha o exemplo do Henrique de Carvalho, que mostrou o cartão amarelo duas vezes para o mesmo jogador. Ele poderia ter corrigido o erro minutos depois, mas tentou enrolar... e aí foi obrigado a pedir desculpas ao Corinthians ao final da partida. Deprimente. Não pelo erro, mas por tentar ser malandro e não reconhecer a falha ainda com a bola rolando. Seria bem mais bonito, queri.
Vida de árbitro não é fácil. Eu me submeti aos testes físicos da Fifa ano passado e pude comprovar o quanto é complicado manter a forma e a cabeça em dia sendo que todos ali tem profissões paralelas. O Seneme, por exemplo, é funcionário público. Ao sentir a coxa direita durante sua prova, ele deitou no chão e chorou muito. Até Leonardo Gaciba, o melhor juiz do Brasileirão de 2006, foi reprovado em sua primeira tentativa. Os testes mudaram, ficaram ainda mais difíceis. A cobrança é que não muda jamais. E o juiz segue com fama de mal nascido. Aquele carinha frustrado, cujo sonho era viver chutando a bola, e não implorando por ela ao final da partida...

6 comentários:

Rafael Leal disse...

É o que eu sempre digo: enquanto a TV não entrar na jogada, vamos continuar sacrificando bons árbitros como o Sálvio e tantos outros... e o chorôrô dos técnicos vai continuar inundando nossos jornais de segunda-feira.

E parabéns pelo blog, Joanna!!! Sucesso!

Anônimo disse...

Todo mundo reclama e discute arbitragem, mas quem realmente entende do assunto? reconhecer erros do próprio time ninguém faz, então fica fácil julgar e condenar o pobre homem de preto, o coitado que não tem olho de raio x e nem câmera para ajudar.
Falar é fácil, chorar é mais fácil ainda, né toninho Cecílio e Marco Aurélio Cunha. Seria melhor cada um olhar o seu rabo, e deixar a arbitragem em paz. Tem algo que eu sempre digo, o torcedor que está no estádio reclama muito pouco de lances polêmicos, pois tem a mesma visão do juiz. A tecnologia é garantia de ótimas imagens ao telespectador, mas uma forma cruel de detonar o árbitro. Antes de você reclamar ou xingar um árbitro, pense se você também não erra no seu serviço.

Anônimo disse...

errei, mas o anônimo é Marcio Torvano, fã e simplismente admirador da Joanna.
beijos

Anônimo disse...

essa arbitragem é brinquedo não...

Anônimo disse...

Joanna, acho que o Paulistão ficou muito chato, até por culpa nossa. Só falamos de arbitragem, quando isso deveria ser algo secundário. Entramos na dos técnicos chorões. Acho que os erros acontecem, mas não lembro de ter havido má fé neste Paulsitão. Nem no gol de mão de Adriano... Talvez a arbitragem precise mesmo melhorar, mas, para mim, pouco importa. Quero saber do jogo jogado. Beijos

apitoamigo disse...

Olá Joanna!! Feliz 2009 e com ele esperamos também um feliz ano para a arbitragem paulista e brasileira, logico que em especial para os responsáveis direto pelo mal nível de arbitragem, ¨os chefes da arbitragem em geral ¨ .
Parabéns pelo seu blog e comentário, realmente mostra que conhece sobre o assunto, afinal provado que arbitragem e futebol também é prá mulher.
Um grande abraço e muito sucesso.

Romildo Correia
Ex árbitro de futebol
rc_apitoamigo@hotmail.com