Desde que o mundo é mundo, o ser humano é movido pela curiosidade. Os detalhes tão pequenos de nós dois e as mentiras sinceras sempre interessam a alguém. Todo mundo critica a revista Caras, fala que é coisa de acéfalo, mas estica o pescoço quando vê alguém lendo. Toda mulher quer ver se a Luciana Gimenez tem celulite, isso é fato consumado.
O Big Brother acrescenta algo na vida de alguém? Não. É entretenimento. Mas é uma das maiores audiências da Globo. É visto pelas pessoas mais simples aos intelectualóides. É feito para divertir, não para criar conceitos. Quando se deseja isso, é melhor comprar a Carta Capital.
Estou desabafando porque escrevi duas notas sobre o Richarlyson no último mês que me deram certa dor de cabeça. A primeira delas, uma foto, na realidade, em que o jogador aparece estudando com um colega de classe. Viram tanta maldade na imagem que sério, nem em meus mais profundos pensamentos eu poderia subtrair algo tão maldoso. Agora, uma outra matéria em que o volante está com seu travesseiro surge para gerar mais confusão.
Eu recebi um monte de mensagens me pedindo "cautela" ao escrever algo sobre o Richarlyson, que se fosse o Miranda não teria problema. É engraçado isso. Porque, se eu realmente precisar ter "cautela" é porque sou preconceituosa com ele. E isso eu não sou. Para mim, ele é um jogador como qualquer outro e merece respeito. Acho interessante porque a torcida faz o demônio com ele e depois cobra esse tipo de "cautela".
Vi o relatório de audiência outro dia e a matéria mais acessada era uma que falava sobre a celulite da Claire, do Heroes. No mesmo dia, uma das mais vistas na área DE ESPORTE foi a galeria de fotos da musa do São Paulo Karina Bacchi. Na parte "séria" do Globo.com, o G1, a maior mandioca do mundo também arrebanhou muitos internautas.
Todos esses textos são pequenas curiosidades, bobagens, um molhinho do dia a dia do jornalismo. Servem para divertir, afinal de contas o jornalismo não é feito só de análises do PIB. Mesmo no esporte, somos o terceiro olho do torcedores, e gostaríamos de informar a ele não apenas a escalação do próximo domingo como também os bastidores, que dificilmente eles teriam acesso. O travesseiro do Richarlyson era apenas um detalhe, daqueles que a gente gosta de saber, que nos aproxima do dia a dia do clube, que nos confere intimidade. Assim como o nosso próprio travesseiro.
"Não estamos bem, mas vamos ficar"
Há 9 anos