terça-feira, 22 de abril de 2008

EXpressões

Peço licença à poética
Eu mal olhei esse quebranto
Bom mesmo é saber calar a hora de falar
Loucura é breve, longo é o arrependimento.

As primeiras vezes são atos de coragem.
Afinal de contas
O marinheiro a gente só conhece na hora da tempestade.
Mas continuar na loucura, sim, é a burrice de quem não quer ver.

A quem sabe esperar o tempo abre as portas
É só isso que eu ouvi dizer.
Deixa a poeira baixar
A beleza é mesmo um reino pequeno
E a pureza cai da mesma nuvem negra que tanto lhe assusta.

Estou pensando em um provérbio para finalizar esse poeminha
Mas nenhum vem à minha cabeça neste momento
Vou recorrer a Shakespeare, que diz
Todo mundo é capaz de dominar uma dor, exceto quem a sente
E é por isso que eu vou calar a partir de agora o meu sofrimento.

quinta-feira, 3 de abril de 2008

A conturbada arbitragem paulista

Já faz quase três anos que a arbitragem paulista está sob o comando de Coronel Marinho, antes responsável pela policiamento em dias de jogos na capital. O posto vinha sendo ocupado por Francisco Papaiordanou, que é bom lembrar, é um dos conselheiros do Corinthians (Sei lá porque citei isso, acho que é trauma. Vou perguntar ao meu terapeuta).
Logo em seu primeiro dia no cargo, Marinho prometeu mudanças para tentar diminuir o estrago causado na classe por Edílson Pereira de Carvalho e José Danelon, acusados de manipular resultados no Campeonato Brasileiro e no Paulista de 2005.
Para garantir que um novo escândalo estourasse dentro da Federação Paulista, o que causaria um efeito irreversível de desconfiança, implantou-se um esquema no melhor estilo militar. Eu nunca vi um árbitro ser proibido de apitar determinados jogos, coisa que aconteceu com Sávio Espínola, que não deve aparecer para gerenciar partidas do São Paulo e também do Corinthians. Ele errou, sem dúvida. Errou feio algumas vezes, outras nem tanto. Mesmo assim, é a aposta da comissão de arbitragem para a Copa de 2010. É a aposta, mas de time grande ele não entende, afinal de contas saiu-se mal nos três clássicos que apitou. E eu costumava elogiá-lo.
Por mais que eu goste do Coronel Marinho, me pergunto: Será que alguém que jamais apitou na vida pode ser o responsável pela arbitragem em São Paulo? Se bem que seu antecessor também jamais foi um dos homens de preto... A solução seria essa? Ainda que eu tenha dúvidas, não posso ser leviana ao ponto de dizer que a queda do rendimento dos árbitros seja por culpa do Coronel. Não é ele quem entra em campo, correto? Pode chorar, Luxa, Muricy, quem for. A culpa não é dele. Não é, não é e não é.
O que eu vejo é que tem muito juiz com medo de errar, porque sabe que Marinho será implacável. Isso ajuda a reduzir as falhas ou apenas serve para deixar a arbitragem nervosa? Olha o exemplo do Henrique de Carvalho, que mostrou o cartão amarelo duas vezes para o mesmo jogador. Ele poderia ter corrigido o erro minutos depois, mas tentou enrolar... e aí foi obrigado a pedir desculpas ao Corinthians ao final da partida. Deprimente. Não pelo erro, mas por tentar ser malandro e não reconhecer a falha ainda com a bola rolando. Seria bem mais bonito, queri.
Vida de árbitro não é fácil. Eu me submeti aos testes físicos da Fifa ano passado e pude comprovar o quanto é complicado manter a forma e a cabeça em dia sendo que todos ali tem profissões paralelas. O Seneme, por exemplo, é funcionário público. Ao sentir a coxa direita durante sua prova, ele deitou no chão e chorou muito. Até Leonardo Gaciba, o melhor juiz do Brasileirão de 2006, foi reprovado em sua primeira tentativa. Os testes mudaram, ficaram ainda mais difíceis. A cobrança é que não muda jamais. E o juiz segue com fama de mal nascido. Aquele carinha frustrado, cujo sonho era viver chutando a bola, e não implorando por ela ao final da partida...